Compulsão tecnológica e depressão

Compulsão tecnológica e depressão

Não podemos negar os benefícios que a tecnologia vem proporcionando em nossa vida. Na área da saúde, por exemplo, tais avanços não só têm auxiliado na prevenção e cura das doenças mas também aumentado a expectativa de vida. Por outro lado, as relações virtuais, embora pareçam prazerosas e acolhedoras, de acordo com estatísticas, não têm produzido seres humanos mais felizes e saudáveis, nem trazido qualidade de vida social.

O que nos fazia humanos vinha das relações humanas, do olho a olho, da troca de energia corporal. Valorizavam-se os encontros para se tomar um café e “por a conversa em dia”. Recentemente, os encontros se dão virtualmente e corremos o risco de nos robotizar e nos tornar cada vez mais vazios ao perder os lastros que nos uniam.

Vive-se hoje um dilema entre o desejo de segurança e de liberdade. Embora sejam conceitos contraditórios, buscamos transitar entre os dois. Ao mesmo tempo em que erguemos os muros de nossas casas e evitamos conversar com estranhos na rua, nas redes sociais são escancarados detalhes íntimos da vida privada.

Na segurança do mundo digital, pessoas exibem “felicidade” e sucesso quando na realidade se encontram  deprimidas. Ao se comparar com as demais, sentem-se inferiores e infelizes. Criam textos expressando “verdades” a respeito dos mais variados assuntos e atacam aqueles que não pensam da mesma forma.

A superficialidade digital muitas vezes suscita desejos, expectativas e emoções que ao invés de saciar a fome de amor que move os seres humanos só a intensifica.

O mais recente Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM V, já considera como doença, a compulsão por jogos virtuais. Entretanto, estudiosos de todo mundo acreditam que este transtorno se estenda para a internet como um todo, incluindo a necessidade constante de mexer no celular ou no computador para usar aplicativos diversos e entrar em redes sociais. Esta produz sintomas ansiosos e depressivos que podem evoluir para quadros crônicos. Além disso, há prejuízos nos relacionamentos familiares e profissionais que promovem sofrimento e perdas para todos os envolvidos.

A terapia Cognitivo-Comportamental propõe meios para se lidar com a compulsão tecnológica. O psicólogo, através de uma entrevista inicial bem estruturada, poderá diagnosticar se há o transtorno e elaborar junto ao paciente os passos que deverão ser tomados no decorrer do tratamento.

Patricia Madeira - Psicóloga

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