Terapia Familiar

Terapia Familiar

A psicoterapia familiar é uma forma extremamente eficaz de terapia, com resultados surpreendentes.

Muitas vezes recebo no consultório pessoas que dizem ser a “ovelha negra” da família, “o (a) problemático(a)”. Ao iniciarmos o tratamento, percebemos que aquela pessoa apenas carrega os sintomas dos problemas familiares e compreendemos que se não obtivermos a participação do grupo, não haverá mudanças positivas.

Alguns pacientes trazem a queixa de conflitos amorosos, acusando seus parceiros de serem o problema em suas vidas. Entretanto, quando estes últimos procuram ajuda e começam a mudar, aquele que se encontrava bem, cai. Por muito tempo ouvi um paciente queixar-se de sua esposa que bebia com frequência. Quando esta iniciou a psicoterapia, mudando seus hábitos, o paciente em questão entrou em depressão. Neste momento, passou a olhar para si mesmo, sentindo o vazio que carregava consigo, mas que jamais havia notado.

Os grupos familiares muitas vezes, de forma inconsciente, distribuem papéis a seus membros, como num teatro. Pedro é o “herói”. Trabalha o dia todo e é muito responsável, sustentando a família. Além disso, estuda à noite e jamais se queixa de suas obrigações. Já Maria é a “problemática”. Não estuda e nem trabalha. Dorme o dia todo e à noite sai, voltando tarde. Clara, a mãe, é a “sofredora”, a “mártir”. Sofre pelo comportamento rebelde de Maria, mas agradece por ter Pedro em sua vida. Jorge, o pai, é o “vilão”. Acusa Clara pelo comportamento de Maria e de ter Pedro como predileto. É agressivo e a trata com brutalidade. Afirma que não arruma emprego, pois não tem cabeça para lidar com tantos problemas.

Na verdade, num grupo, todos tem lucro e se beneficiam do comportamento dos demais. Parece impossível esta afirmação. Alguém pode se perguntar: “Mas que lucro Pedro tem em trabalhar tanto, sustentar a família e ainda estudar?”. Sim, o lucro de Pedro é ser considerado a pessoa especial da família, superior a todos. Mas e Jorge? Jorge culpa a todos pelos problemas da família e assim se exime de suas responsabilidades. Clara é sempre paparicada, pois sofre. Já Maria, como o pai, não amadurece e foge dos desafios e tarefas do dia a dia, vivendo como se estivesse em eternas férias.

Caso Maria procurasse psicoterapia, sua mudança afetaria seus familiares. Inicialmente estes imaginariam querê-la diferente, porém ao mudar todos os papéis se desestruturariam. A medida que participam do processo junto à Maria, podem também se reavaliar e mudar de forma positiva e construtiva para todos. Além disso, evita-se que os demais boicotem o andamento do processo psicoterapêutico, provocando eventos que prejudiquem a evolução de Maria.

Embora o exemplo de família acima seja fictício, representa um modelo bastante comum em nossa sociedade. Como dito anteriormente, os membros da família têm lucros inconscientes, entretanto o sofrimento produzido é bem maior e todos acabam tendo perdas em todas as áreas de sua vida.

A psicoterapia cognitivo-comportamental promove mudanças nas crenças e comportamentos individuais e do grupo como um todo, promovendo qualidade de vida no relacionamento consigo mesmo e com os demais.

Patricia Madeira - Psicóloga

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