TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma das abordagens mais utilizadas atualmente em todo o mundo. Surgiu e foi fundamentada empírica e conceitualmente nos Estados Unidos na década de 60, principalmente através dos trabalhos pioneiros de Aaron Beck.

A “vertente beckiniana” pode ser considerada como uma das mais importantes e significativas. Seu início foi marcado pelo estudo dos quadros depressivos, nos quais se identificaram os aspectos do funcionamento das estruturas cognitivas. Pode-se constatar que havia pensamentos distorcidos e prejudiciais na forma com que os pacientes interpretavam os fatos e eventos em suas vidas que produziam transtornos como depressão e ansiedade.

Um pensamento como “nada que faço dá certo”, por exemplo, produz sentimentos bastante desconfortáveis como angústia, culpa e desânimo. Estes podem por sua vez desencadear comportamentos disfuncionais como a desistência de um evento ou de atividades importantes, isolamento e em muitos casos a evolução da depressão. Crenças, por sua vez, são formas mais cristalizadas de pensamentos e demandam mais esforço para serem identificadas e modificadas. Estas podem ser de DESAMPARO, DESAMOR e DESVALOR.

Pela crença de DESAMPARO, o indivíduo acredita ser incompetente e incapaz. A crença de DESAMOR diz que não é amado: “Ninguém gosta de mim.” Já a crença de DESVALOR tem a ver com seu valor pessoal, o qual ele acredita não possuir: “Sou um nada.”

O terapeuta identifica junto ao paciente as interpretações distorcidas e propõe alternativas, o que produz uma redução quase imediata dos sintomas desconfortáveis. O treinamento de habilidades cognitivas e comportamentais por sua vez é imprescindível para o sucesso do tratamento.

A terapia Cognitivo-Comportamental pode ser definida como uma “psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais“ (Beck, 1964).

Hoje, ela nos fornece descrições acerca dos diversos processos cognitivos e comportamentais em diferentes problemas psicológicos e transtornos de personalidade.

Infelizmente, existem concepções errôneas sobre essa modalidade de psicoterapia, entre elas: de que é meramente um conjunto de técnicas, que subestima a importância das emoções e do relacionamento terapêutico e que desconsidera a origem das dificuldades psicológicas na infância. Apenas aqueles que não a conhecem a fundo, afirmam tais coisas.

Provou-se nas últimas décadas que a terapia cognitiva é efetiva no tratamento de diversos tipos de transtornos, entre eles de ansiedade , de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, transtornos de humor como a depressão, fobias de todos os tipos e transtornos alimentares. Além disso, é benéfica em uma ampla variedade de transtornos médicos crônicos, como dor na coluna lombar, colite, hipertensão e síndrome de fadiga crônica.

O autoconhecimento também faz parte dos benefícios que a TCC proporciona. Ficamos mais conscientes de nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos. Podemos nos entender melhor e nos sentir bem acerca de nós mesmos, elevando nossa autoestima. Nossas relações se tornam mais saudáveis e encontramos maneiras mais produtivas de interagir com os demais e com nós mesmos.

O tratamento geralmente é de curta duração, podendo se restringir a 20 sessões. Entretanto esse tempo pode ser prolongado dependendo da necessidade do paciente.

Referências: Beck, J. S. (1995). Cognitive therapy: Basics and beyond. New York: Guilford.
Patricia Madeira - Psicóloga

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