CONFLITOS NOS RELACIONAMENTOS

CONFLITOS NOS RELACIONAMENTOS

Grande número de pessoas que procuram psicoterapia, o fazem levados por problemas em seus relacionamentos sociais, sejam eles familiares, ou profissionais. As interações entre cônjuge, filhos, irmãos, pais, colegas, amigos ou chefes constituem uns dos maiores desafios que enfrentamos em nosso dia a dia: a arte de nos relacionarmos com nós mesmos e com os demais.

Há alguns anos acreditava-se que relações saudáveis eram aquelas que não apresentavam desafios ou conflitos. Atualmente reconhecemos que um local onde não existam conflitos é na verdade um lugar doente. Cada um de nós é uma pessoa com características únicas que traz uma história específica, gostos e particularidades e que ao conviver no mesmo espaço que outro alguém, encontrará dificuldades. O problema não está na existência de diferenças e divergências, mas sim, na forma como lidamos com estas.

A negação de si mesmo, sempre dando espaço às vontades dos outros, sem nos atentarmos a nossas próprias, criará espaço para o desenvolvimento de transtornos como a depressão, ansiedade ou pânico, por exemplo. Já a intransigência e intolerância ao impormos incessantemente nosso domínio aos demais, promoverá o afastamento emocional e físico ou atitudes agressivas por parte destes.

As estatísticas mostram que a taxa de divórcios têm subido assustadoramente.

Estudos comprovam que homens e mulheres diferem naquilo que consideram importante numa relação. Enquanto a maioria dos homens acredita que a proximidade possa significar apenas fazer coisas juntos, para as mulheres intimidade significa discutir tudo, principalmente a própria relação. Estas ficam mais atentas aos problemas conjugais e aos pontos que precisam ser reavaliados. Entretanto, não são as diferenças que promovem o término de um casamento, mas sim a forma como estas são abordadas, ou seja, como o casal lida com elas. Num casamento saudável, sentem-se à vontade para se queixarem um do outro de forma respeitosa. Críticas destrutivas especialmente direcionadas ao caráter do parceiro são maneiras extremamente eficazes de se minar o relacionamento.

A opção por ter filhos também começa a representar uma exceção e as taxas de fertilidade vêm despencando principalmente nos países desenvolvidos.

A paternidade/maternidade para os que a assumem tem sido exercida sob tensões e pressões de ordem econômica e emocional que não existiam em épocas anteriores. Muitas vezes os pais não têm tempo para se relacionar com seus filhos da forma como a sociedade define como padrão. Sentem-se culpados e ansiosos, por vezes exagerando nas concessões que fazem As crianças acabam se tornando verdadeiras tiranas, sem limites e respeito pelos demais.

Outro dado alarmante se refere ao crescente número de suicídios, principalmente entre jovens entre 18 e 29 anos. O Brasil é o oitavo país do mundo onde estes mais ocorrem, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2014. De 2002 até o momento, houve um aumento de 10% no número de casos. Elementos como exigência por sucesso, competitividade, problemas amorosos, rejeição, bullying e depressão estão relacionados a este fenômeno.

O individualismo ao se desistir da convivência com os diferentes grupos de nossa comunidade pode ser promotor de desconforto e doenças. Somos seres sociais desde os primórdios dos tempos. Nossa sobrevivência foi possível como espécie por vivermos em sociedades e nos ajudarmos mutuamente.

A compulsão tecnológica também intensifica o isolamento. Mesmo que tenhamos a impressão de que estejamos cercados por amigos nas redes sociais e em sites de jogos virtuais, estes não nos propiciam a energia que a proximidade humana real proporciona.

A psicoterapia Cognitivo-Comportamental nos auxilia a reavaliar comportamentos e crenças prejudiciais que nos eram imperceptíveis, nos auxiliando em nossas formas de nos relacionar. Pequenas mudanças podem ter resultados extraordinários.

A opção por ter filhos também começa a representar uma exceção e as taxas de fertilidade vêm despencando principalmente nos países desenvolvidos.

A paternidade/maternidade para os que a assumem tem sido exercida sob tensões e pressões de ordem econômica e emocional que não existiam em épocas anteriores. Muitas vezes os pais não têm tempo para se relacionar com seus filhos da forma como a sociedade define como padrão. Sentem-se culpados e ansiosos, por vezes exagerando nas concessões que fazem. As crianças acabam se tornando verdadeiras tiranas, sem limites e respeito pelos demais.

Outro dado alarmante se refere ao crescente número de suicídios, principalmente entre jovens entre 18 e 29 anos. O Brasil é o oitavo país do mundo onde estes mais ocorrem, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2014. De 2002 até o momento, houve um aumento de 10% no número de casos. Elementos como exigência por sucesso, competitividade, problemas amorosos, rejeição, bullying e depressão estão relacionados a este fenômeno.

O individualismo ao se desistir da convivência com os diferentes grupos de nossa comunidade pode ser promotor de desconforto e doenças. Somos seres sociais desde os primórdios dos tempos. Nossa sobrevivência foi possível como espécie por vivermos em sociedades e nos ajudarmos mutuamente.

A compulsão tecnológica também intensifica o isolamento. Mesmo que tenhamos a impressão de que estejamos cercados por amigos nas redes sociais e em sites de jogos virtuais, estes não nos propiciam a energia que a proximidade humana real proporciona.

A psicoterapia Cognitivo-Comportamental nos auxilia a reavaliar comportamentos e crenças prejudiciais que nos eram imperceptíveis, nos auxiliando em nossas formas de nos relacionar. Pequenas mudanças podem ter resultados extraordinários.

ABUSOS NOS RELACIONAMENTOS

Além dos conflitos normais que fazem parte dos relacionamentos, há aqueles que podem se caracterizar como formas de abusos, maus tratos e negligência, tendo forte impacto na saúde física e psicológica dos indivíduos envolvidos.

Nos relacionamentos entre pais e filhos, por exemplo, o excesso de proteção ou pressão por parte dos cuidadores, além de ameaças de violência física ou afastamento podem acarretar sentimentos de tristeza, apatia ou raiva na criança. Além disso, promovem o aparecimento de problemas cognitivos como sentimentos de perseguição e hostilidade.

A seguir, estão elencados alguns tipos de comportamentos abusivos que ocorrem nos relacionamentos.

ABUSO FÍSICO INFANTIL

Segundo o DSM V “Abuso físico infantil é uma lesão física não acidental a uma criança – com variações desde contusões de menor importância a fraturas graves ou morte – ocorrendo em consequência de beliscões, espancamento, chutes, mordidas, sacudidas, arremesso de objeto, facada, sufocação, batidas (com a mão, uma vara, uma cinta ou outro objeto), queimadura ou outro método infligido por um dos pais, cuidador ou outro indivíduo responsável pela criança. Esse tipo de lesão é considerado abuso, independentemente de o cuidador ter tido ou não intenção de machucar a criança. Disciplina física, como usar as palmadas ou palmatória, não é considerada abuso, desde que dentro do razoável, sem causar lesão no corpo da criança.”

ABUSO SEXUAL INFANTIL

“O abuso sexual infantil abrange qualquer ato sexual envolvendo uma criança, com intenção de propiciar gratificação sexual a um dos pais, cuidador ou outro indivíduo responsável pela criança. Inclui atividades como carícias nos genitais da criança, penetração, incesto, estupro, sodomia e exposição indecente. Inclui, ainda, exploração sem contato de uma criança, por um dos pais ou cuidador – por exemplo, obrigar, enganar, seduzir, ameaçar ou pressionar uma criança a participar de atos para a gratificação sexual de outros, sem contato físico direto entre a criança e o abusador.” (DSM V)

NEGLIGÊNCIA INFANTIL

“A negligência infantil é definida como qualquer ato ou omissão notáveis, confirmados ou suspeitados por um dos pais ou outro cuidador da criança, que a privam das necessidades básicas adequadas à idade e, assim, resultam, ou têm razoável potencial de resultar, em dano físico ou psicológico à criança. A negligência infantil abrange abandono, falta de supervisão apropriada, fracasso em satisfazer às necessidades emocionais ou psicológicas e fracasso em dar educação, atendimento médico, alimentação, moradia/ou vestimentas necessárias.” (DSM V)

ABUSO PSICOLÓGICO INFANTIL

“Abuso psicológico infantil inclui atos verbais ou simbólicos não acidentais cometidos por um dos pais ou cuidador da criança que resultam, ou têm potencial razoável para resultar, em dano psicológico significativo à criança. (Atos abusivos físicos e sexuais não fazem parte desta categoria.)

Exemplos de abuso psicológico de uma criança incluem repreender, depreciar ou humilhar a criança; ameaçar a criança; prejudicar/abandonar – ou indicar que o suposto ofensor irá prejudicar/ abandonar – pessoas ou coisas de que a criança gosta; confinar a criança (atos de amarrar braços ou pernas ou prender em peça do mobiliário ou outro objeto, ou confinar em área fechada pequena [p. ex., armário]); culpar vulgarmente a criança; coagir a criança a causar dor em si mesma; disciplinar excessivamente a criança (com frequência ou duração extremamente altas, mesmo que não configure abuso físico) por meio de recursos físicos ou não físicos.” (DSM V)

VIOLÊNCIA FÍSICA DE CÔNJUGE OU PARCEIRO

“Esta categoria deve ser usada quando atos não acidentais de força física que resultam, ou têm potencial razoável de resultar, em dano físico a parceiro íntimo ou evocam medo significativo no parceiro ocorreram durante o ano anterior. Atos não acidentais de força física incluem empurrar, esbofetear, puxar os cabelos, beliscar, imobilizar, sacudir, jogar, morder, chutar, atingir com punho ou objeto, queimar, envenenar, aplicar força à garganta, cortar o fornecimento de ar, segurar a cabeça sob a água e usar uma arma. Atos para proteger-se fisicamente ou proteger o próprio parceiro ficam excluídos.” (DSM V)

VIOLÊNCIA SEXUAL DE CÔNJUGE OU PARCEIRO

“Esta categoria deve ser usada quando atos sexuais forçados ou sob coação com parceiro íntimo ocorreram durante o ano anterior. A violência sexual pode envolver o uso de força física ou coerção psicológica para compelir o parceiro a envolver-se em ato sexual contra sua vontade, seja esse ato realizado ou não. Também fazem parte desta categoria atos sexuais com parceiro íntimo que não consegue consentir.”

ABUSO PSICOLÓGICO DE CÔNJUGE OU PARCEIRO

“O abuso psicológico de cônjuge ou parceiro engloba atos verbais ou simbólicos não acidentais cometidos por um dos parceiros que resultam, ou têm razoável potencial para resultar, em dano significativo ao outro. Esta categoria deve ser usada quando esse abuso psicológico ocorreu durante o ano anterior. Atos de abuso psicológico incluem repreender ou humilhar a vítima; interrogar a vítima; limitar a capacidade da vítima de ir e vir livremente; obstruir o acesso da vítima a assistência (p. ex., obrigação legal, recursos legais, de proteção, médicos); ameaçar a vítima com dano físico ou agressão sexual; causar dano ou ameaçar causar dano a pessoas ou coisas importantes para a vítima; restringir injustificadamente o acesso ou o uso de recursos econômicos pela vítima; isolar a vítima da família, de amigos ou de recursos de apoio social; perseguir a vítima; tentar fazê-la acreditar que está louca.” (DSM V)

ABUSO DE ADULTO POR NÃO CÔNJUGE OU NÃO PARCEIRO

“Estas categorias devem ser usadas quando um adulto sofreu abuso de outro adulto que não o parceiro íntimo. Esse tipo de maus-tratos pode envolver atos de abuso físico, sexual ou emocional.

Exemplos de abuso de adulto incluem atos não acidentais de força física (p. ex., empurrar, arranhar, estapear, atirar algo capaz de ferir, beliscar, morder) que resultam – ou têm razoável potencial de resultar – em dano físico ou causam muito medo, atos sexuais forçados ou coagidos e atos verbais ou simbólicos, com potencial de causar dano psicológico (p. ex., repreender ou humilhar a pessoa; interrogar a pessoa; limitar a capacidade da pessoa de ir e vir em liberdade; obstruir o acesso da pessoa a assistência; ameaçar a pessoa; ferir ou ameaçar a pessoa de causar dano a outras pessoas ou coisas importantes para ela; restringir o acesso ou o uso dos recursos econômicos pela pessoa; isolar a pessoa da família, de amigos ou de recursos de apoio social; perseguir a pessoa; tentar fazê-la acreditar que está louca). Os atos que buscam proteção a si mesmo ou a outra pessoa estão excluídos.” (DSM V)

Referências: American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.
Patricia Madeira - Psicóloga

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