CODEPÊNDENCIA

A codependência é um tema pouco conhecido entre a maioria das pessoas. Foi inicialmente chamada de co-alcolismo (Johnson , 1973) e se referia a uma condição experimentada e vivida por filhos e  familiares de dependentes  de álcool.

Segundo alguns autores, mais de 93% das famílias são constituídas por membros codependentes, o que faz muitos a considerarem como algo “normal”. Entretanto, a codepêndencia é uma condição que conduz  à doenças como depressão , abuso de álcool e outras drogas, estresse  e outras doenças, podendo levar   à morte.

Mas o que é  codepêndencia ?

Entre os fatores que a descrevem, destaca-se a condição decorrente da convivência familiar ou relacionamento com um dependente de álcool, compras, narcóticos, comida, jogo, pornografia, trabalho entre outros.

O foco destas famílias está no dependente, ou seja, os codependentes  vivem tentando controlá-lo, “ajudá-lo” , “salvá-lo”, ou trabalham incessantemente para encobrir  a doença e as consequências dela . Isso os torna controladores, salvadores ou facilitadores.

Ao focar no outro, o codependente acaba se esquecendo de si mesmo: não se cuida, não percebe suas necessidades, é negligente consigo mesmo, o que acaba levando às condições acima mencionadas (depressão, doenças, estresse , uso de álcool e outras drogas). Além disso, o codependente não é autêntico, perdeu contato consigo mesmo há muito tempo e não sabe o que sente ou o quais são seus limites.

Os codependentes cresceram em famílias cujas regras  eram:

Não sentir

 Não expressar  ou falar abertamente de seus sentimentos

Ser feliz sempre

Não incomodar

Não ser egoísta

 

Aprenderam a CUIDAR do OUTRO, agradar o OUTRO, necessitar de  aprovação do OUTRO e assim se perderam de si mesmos, de seu verdadeiro Eu. As consequências são sentimento de vazio, baixa autoestima, auto-crítica exacerbada , vitimismo. 

O tratamento da codependência , segundo Chales Whitfield , um grande estudioso no assunto, pode levar alguns anos , uma vez que é necessário toda uma reestruturação dos aspectos cognitivos e emocionais do individuo, incluindo o autoconhecimento e auto aceitação. O codependente aprende a se conectar consigo mesmo, reconhecendo seus pensamentos e seus sentimentos. O OUTRO deixa de ser o centro de sua existência, passando a ser visto como realmente é e não como o codependente gostaria que ele fosse.

A determinação e persistência são de extrema importância no tratamento, pois padrões devem ser mudados e isso demanda coragem e ação. Focar no outro  pode ser uma fuga de nossos problemas e nossas dores, mas tem um preço : a perda de nós mesmos. Somente ao reconhecer isso, o codependente procurará ajuda, ou seja, quando as dores da falta de si mesmo forem maiores que o vício de cuidar do outro.

Patricia Madeira - Psicóloga

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