DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Infelizmente inúmeros médicos e outros profissionais da saúde não reconhecem a existência da depressão nos pacientes. Um estudo mostra que 40% daqueles que se suicidaram, procuraram tratamento médico nas semanas que antecederam, sem, contudo, terem sido diagnosticados com o transtorno. Isto se dá por falta de treinamento dos profissionais na compreensão de que depressão em si é uma doença e não “frescura” ou falta de vontade. Os pacientes, por sua vez, também demonstram preconceito em relação ao diagnóstico de depressão e duvidam da eficácia do tratamento.
A maior parte dos indivíduos com depressão se encontra na faixa dos 18 aos 25 anos e é do sexo feminino. Ao contrário do que muitos acreditam o transtorno não é parte natural do processo de envelhecimento. Seu aparecimento geralmente se dá com o início da puberdade, apresentando seu ápice entre 20 e 30 anos de idade. Entretanto, pode aparecer mais tardiamente acompanhando um evento estressante como uma mudança de cidade, a perda de um emprego, divórcio, a morte de um ente querido ou aposentadoria por exemplo. Pode também acompanhar outras doenças crônicas presentes na população acima de 50 anos.
O tratamento pode se dar através de psicoterapia somente, em casos menos graves, ou de psicoterapia e medicações para casos mais severos. A psicoterapia Cognitivo-Comportamental é comprovadamente uma das mais eficazes no tratamento da depressão, pois promove uma reestruturação profunda nas crenças disfuncionais que o indivíduo carrega com si, além de modificações comportamentais fundamentais. A prescrição e acompanhamento da medicação devem ser realizados obrigatoriamente por um médico.
Em muitos casos, os profissionais devem avaliar se o paciente apresenta insônia, pois esta pode estar causando ou intensificando o quadro de depressão. É importante, portanto, que seja tratada no início do processo terapêutico. Estudos mostram que os pacientes com insônia tratados também com TCC (terapia cognitivo-comportamental) tinham menos recaídas dos que apenas usaram medicações.
Vale ressaltar que em inúmeros casos, a depressão é o sintoma resultante de doenças como AVCs, doenças cerebrais, endócrinas, cardiovasculares, renais, hepáticos ou gastrointestinais. Deve-se, portanto avaliar a presença destas ao se fazer um diagnóstico. A depressão pode ser uma comorbidade, ou seja, aparecer concomitantemente a outras doenças como cânceres, doenças autoimunes, asma, esclerose múltipla, artrite, diabetes, dores, doenças neurológicas ou resultar do uso de álcool ou outras drogas legais ou ilegais.
Ao se tratar a depressão, eleva-se a expectativa de vida de um paciente que apresenta alguma comorbidade. Estima-se que pacientes com o transtorno, mas sem tratamento, têm quatro vezes mais chances de morrer no período de 10 anos.
O QUE É DEPRESSÃO?
Pesquisas indicam que o abandono e o abuso na infância são fatores de risco, ou seja, predispõe o aparecimento do transtorno. Além disso, possuir familiares de primeiro grau com depressão eleva as chances de se desenvolver a doença.
QUAIS OS TIPOS DE DEPRESSÃO?
- transtorno disruptivo da desregulação do humor;
- transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior);
- transtorno depressivo persistente (distimia);
- transtorno disfórico pré-menstrual;
- transtorno depressivo induzido por substância/medicamento;
- transtorno depressivo devido a outra condição médica.
TRANSTORNO DISRUPTIVO DA DESREGULAÇÃO DO HUMOR
Caracterizam-se por explosões de raiva recorrentes manifestadas por agressões verbais e/ou físicas que ocorrem em resposta a uma frustração.
Alguns elementos incluem:
- Humor irritável na maior parte do dia em pelo menos dois ambientes (ex. casa e escola) por pelo menos um ano;
- Perturbação na família, nas relações e no desempenho escolar;
- Problemas em iniciar ou manter amizades.
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
QUAIS OS SINTOMAS?
- Humor deprimido, quase todos os dias, na maior parte do dia sente-se triste, vazio, sem esperança ou choroso. Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável;
- Falta de interesse ou prazer nas atividades com redução significativa no desejo sexual;
- Perda ou ganho de 5% do peso corporal em um mês ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias (crianças, não atingem o peso esperado);
- Insônia ou hipersonia (sono exagerado);
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva;
- Falta de concentração ou indecisão;
- Pensamentos de morte ou ideias suicidas;
- Em indivíduos idosos, as dificuldades de memória podem ser a queixa principal podendo ser confundidas com os sinais iniciais de uma demência.
QUAL O TRATAMENTO MAIS ADEQUADO?
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE OU DISTIMIA
Os sintomas incluem:
- Humor deprimido na maior parte do dia, pelo período mínimo de dois anos;
- Apetite diminuído ou alimentação em excesso;
- Insônia ou hipersonia;
- Baixa energia ou fadiga;
- Baixa autoestima;
- Baixa concentração ou dificuldade em tomar decisões;
- Sentimentos de desesperança.
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
Os sintomas incluem:
- Mudanças de humor;
- Tristeza repentina ou sensibilidade aumentada à rejeição;
- Aumento da irritabilidade ou raiva com dificuldades nas relações interpessoais;
- Sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos;
- Ansiedade acentuada, tensão e nervosismo;
- Diminuição de interesse pelas atividades habituais como trabalho, escola, amigos, passatempos;
- Dificuldade em se concentrar;
- Fadiga ou falta de energia;
- Alteração do apetite, comendo excessivamente alguns alimentos;
- Hipersonia ou insônia;
- Sentimento de estar sobrecarregada ou fora de controle;
- Sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso.
TRANSTORNO DEPRESSIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA
O profissional deve determinar se o medicamento é o verdadeiro causador do transtorno depressivo.