Esta foi uma das frases mais pesquisadas no Google nos últimos anos e reflete a preocupação de milhões de pessoas em serem parte de um grupo, aceitas e amadas.

O ser humano é um ser social, nossa sobrevivência se deu à medida que ajudamos uns aos outros a suprir as necessidades de nos alimentar, agasalhar, abrigar e nos defender. No princípio éramos nômades, vivendo ao relento ou em cavernas, depois nos tornamos sedentários, ou seja, nos apropriamos de um pedaço de chão, formando clãs, criando animais e plantando.

Os grupos dividiam as tarefas e acabavam sendo conduzidos por um líder que ditava as regras e normas de convivência e comportamentos. As pessoas que não se enquadravam ou se rebelavam acabavam sendo excluídas de suas comunidades ou tribos, formando novos grupos ou ficando solitárias, minguando até a morte.

As configurações sociais passaram por várias transformações, com formas diversas de famílias, até chegarem aos modelos que vemos na atualidade. Muito se tem falado em individualismo, narcisismo e polarização. Pessoas têm terminado amizades de anos e convívio com seus familiares por diferenças de opiniões relacionadas à politica e religião, por exemplo. Mas, embora o ser humano tenha caminhado  na direção do egocentrismo ,ainda sente falta de companhia.

A ligação social, de acordo com estudos, promove o desenvolvimento do cérebro; já a exclusão do grupo pode produzir transtornos físicos e mentais.  Sem perceber, para fugirmos da exclusão social, impressionarmos os demais e para parecermos importantes, nos tornamos atores, muitas vezes  passando por cima de nossos valores e escolhas. Além disso, para não ficarmos sós, muitos de nós aceitamos permanecer em  relações  abusivas. David Myers, professor de Psicologia, afirmou que “ A necessidade de vínculo pode até manter as pessoas em relacionamentos abusivos : o medo de ficar sozinho pode parecer pior que a dor do abuso emocional e físico.”

Um livro  interessante sobre este tema é “A Onda” , que foi transformado em filme em 2008. Descreve como um grupo comandado por um líder carismático pode levar seus integrantes a perderem sua identidade e praticarem os atos mais hediondos para serem aceitos.

Há mais de sete bilhões de pessoas no Planeta Terra, mas talvez não seja fácil ou rápido encontrarmos nossa “tribo” ou nossa cara metade. Para tal, precisamos refletir sobre esse tema. Tenho dificuldade em fazer amigos ? Estou feliz no grupo em que pertenço? Se não, o que me aflige? Não me identifico ou não recebo deles o que gostaria? Será que preciso reavaliar meus comportamentos? Dou uma impressão errada de mim mesmo (a)?

Algumas das técnicas comportamentais trabalhadas pela Terapia Cognitivo-Comportamental são a dramatização ou role play e a prática de habilidades sociais, por exemplo. Estas nos ajudam a estudar e rever comportamentos como gestos, contato visual , expressão facial , escuta ativa , tom de voz entre outros.

Além disso, o trabalho de autoconhecimento nos ajuda a reavaliar nossa vida e rever nossas escolhas. Aprendemos a compreender melhor nosso universo interior e exterior. Desafiamo-nos a realizar mudanças dentro e fora. No final, descobrimos que ao gostarmos mais de nós mesmos, sendo sinceros e honestos com nossa essência  , passamos a ser mais valorizados pelos demais , principalmente pelas pessoas que realmente complementarão positivamente.