Infelizmente, são poucas as pessoas que procuram um psicólogo. Ainda existe muito preconceito ou ideias distorcidas acerca deste profissional. Muitas vezes, quando alguém diz fazer psicoterapia, ouve frases como “Não pensei que estivesse tão mal assim para ir num psicólogo.”, “Psicólogo é médico de louco.”, ou “Melhor lavar uma pilha de louça (tera ‘pia’) do que ir em psicólogo”. Além disso, acredita-se que este profissional  só deva ser procurado quando houver sofrimento extremo ou a presença de algum transtorno mental.

Na realidade, Psicologia significa o estudo ou ciência da psique humana e, portanto o psicólogo representaria o cientista ou estudioso da complexidade humana que inclui comportamentos, emoções, pensamentos, funcionamento biológico entre outros. Ao consultarmos um profissional competente, poderemos nos conhecer e nos compreender, pois este nos dará ferramentas para que possamos observar e analisar nossos pensamentos, ações e emoções. Veremos coisas em que jamais havíamos reparado, nos olharemos com mais atenção, com mais tolerância e carinho, tentando modificar aquilo que percebemos não funcionar bem em nossas vidas. Reavaliaremos nossas escolhas e muitas vezes descobriremos que somos bem diferentes do que nos rotularam quando éramos crianças.

Assim, um bom profissional poderá nos acompanhar numa jornada que jamais havíamos imaginado trilhar – a jornada do autoconhecimento. Esta trilha pode ser uma das mais belas que já conhecemos, mas pela qual, apenas alguns terão o privilégio em se aventurar, não por falta de condições financeiras, pois há bons psicólogos com preços acessíveis, mas sim por desconhecimento e medo.

Quando nos compreendemos melhor e passamos a gostar de nós mesmos, podemos nos relacionar melhor com as pessoas e fatos à nossa volta. Somos mais tolerantes e amorosos, mas também conseguimos dizer não ao que não aceitamos, colocando limites ao que antes nos prejudicava. Tornamo-nos mais assertivos, validando nossas escolhas, mesmo que pareçam estranhas aos demais. Aprendemos a suportar nossos erros esforçando-nos para melhorar no que for possível ou passamos a aceitar nossas limitações e parando de tentar ser alguém que não somos.

É importante lembrarmos que a autoestima não depende do que temos ou de nosso status. Estes podem nos trazer bem estar e conforto, porém, não podem fazer com que nos amemos. Temos como exemplo inúmeras celebridades consideradas belas, ricas e famosas e que apesar de terem sido idolatradas por muitos, acabaram pondo fim em suas vidas, pois não se suportavam, sentiam um ódio extremo por si mesmas.

O amor é um processo, não acontece de um minuto para o outro; assim, para se amar alguém é importante que lhe dê atenção e que só então o conheça de fato. A psicoterapia nos permite que nos conheçamos e passemos a ter afinidade pela pessoa que somos.